Flammo - 10 Anos VOLTAR
Sem consistência não há resultados
APRENDIZADO 08
06/06

Sem consistência não há resultados

Esse certamente é um dos aprendizados que sintetiza a razão de ainda estarmos aqui, 10 anos depois. É a disciplina que, da mesma forma que fizeram outras empresas longevas, nos permitiu começar, crescer e nos manter relevantes apesar das intempéries de mercado.

Ser consistente não é nada mais do que se manter na rota, olhar sempre para o objetivo, mas além disso, seguir sempre todos os dias as rotinas que, chatas ou não, irão gerar o retorno incremental. Irão trazer o acúmulo de esforço que irá resultar no sucesso que todos queremos.

No papel, tudo isso é muito bonito e até parece muito simples. Mas esse aprendizado foi muito custoso para ser absorvido por nós. E é certo que ele ainda nos exige muito foco, disciplina e persistência todos os dias.

Falemos um pouco mais sobre como tornamos a consistência como um dos pilares da nossa longevidade ao longo da última década.

O que todos queremos

O que todos queremos

Expandindo da discussão do ambiente corporativo, das agências de marketing digital, para o nosso contexto geral, nossas vidas, a verdade é que todos nós queremos uma coisa só: resultado.

Naturalmente, esse resultado pode tomar diferentes formas: perder peso, ganhar dinheiro, ser feliz, casar, melhorar na carreira, viajar, etc. Não importa muito o objetivo. O fato é que existem coisas que nos fazem acordar e continuar fazendo tarefas variadas. E essas coisas são resultados esperados.

Isso, claro, não é segredo para ninguém. Tudo na vida exige uma certa dedicação. Todo resultado, todo objetivo irá demandar que você coloque esforço em prática. Nada vem de graça. Não existe sorte. Existe oportunidade e preparação.

A grande diferença é a escala do resultado. Existem pessoas que miram baixo, que querem coisas simples, que não são ambiciosas. Nada de errado com isso.

Só que, na minha experiência, são poucas as pessoas que de fato não têm grandes sonhos. Não pensam naquela viagem, naquela casa, naquele objetivo de vida. A maioria quer isso tudo, mas desanima frente ao esforço necessário, à dedicação.

Quanto a esses, que miram baixo, eles acabam focando mais nas gratificações simples. Um evento de família, a compra de um eletrodoméstico. Mas mesmo para isso, é necessário esforço. É necessário dedicação.

Já os que miram alto, os sonhadores, os que buscam seus desejos, eles sabem a dificuldade. Entendem que o tempo é um fator crucial. Percebem que, sem suor e lágrimas, a coisa não acontece.

Parece simples. Mas por que será que os grandes feitos – construir uma empresa, ganhar muito dinheiro, deixar um legado – ainda parecem impossíveis? Por que travamos e acabamos por focar em coisas mais rápidas e menos audaciosas?

Essa é a grande questão. E, independente dela, ainda queremos resultados. Só que, para isso, precisamos nos voltar à necessidade primária para chegar lá. E essa necessidade é manter a consistência.

O papel da consistência

O papel da consistência

Pensemos em algo extraordinário. Algo que foi criado, construído, pensado, propagado e que se manteve forte durante o tempo. Não precisa ser alguma coisa antiga: como a teoria da relatividade ou a invenção do avião.

Pode ser algo recente: a internet, o Iphone, o Napster, o Netflix, a Amazon. Muitas dessas coisas são celebradas como revoluções, disrupções e sucessos absolutos de mercado. E é possível ainda levar esse raciocínio para pessoas. Indivíduos que fizeram a diferença e se colocaram nos livros de história: Pelé, Einstein, Churchill, Jobs, Musk… escolha o seu.

Sejam empresas ou pessoas, o fato é que muito do que se fala, escreve e professa sobre todos eles é referente à quebra de paradigma, à disrupção, ao sucesso. Só que pouco ou nada é falado sobre a estrada, o caminho, a dedicação, a consistência. Sobre o suor, as lágrimas que foram necessárias para chegar no topo, os fracassos e os tropeços ao longo do caminho.

A triste verdade é que todos nós gostamos de histórias felizes. E, ainda mais triste, gostamos de nos enganar. Não queremos ouvir como é difícil, como vai levar tempo, como vai doer. Porque temos medo, sentimos receio de encarar de realidade. E a realidade é que nenhuma dessas pessoas – ou empresas – chegaram lá da noite para o dia.

Todas, sem exceção, passaram por percalços, sofreram e colocaram muitas horas no seu objetivo para chegar lá. Essas pessoas e empresas de forma similar acreditaram no poder da consistência, e mantiveram seu nariz apontado para um objetivo. E com isso chegaram no topo.

E não tenha dúvidas: todo o medo e o receio que citamos aqui eles também tiveram. Mas eles sabiam que existia outra forma, que era necessário colocar um tijolo todos os dias. Só assim haveria uma parede no final do ano e um prédio ao final de uma década.

Onde é comum errarmos então? Por que, afinal, temos tanta dificuldade de abraçar essas dores? Estamos falando da condição humana, de um comportamento que todos nós apresentamos, de querer o resultado agora. De não querer esperar. Imediatismo.

Gratificação imediata

Gratificação imediata

Você certamente já ouviu falar do teste do marshmallow. Trata-se de alguns pesquisadores que reuniram um grupo de crianças e colocou cada uma uma por vez em uma sala.

Cada criança recebia um marshmallow e era dito que, se ela conseguisse ficar 15 minutos sem comer aquele doce, ela receberia um igual no final do tempo. Ou seja, após o tempo marcado, ela teria dois marshmallows ao invés de um.

Os pesquisadores ainda foram mais longe e monitoraram essas crianças até a vida adulta, atestando que as que esperavam tiveram mais sucesso na vida pessoal e profissional. Tudo porque elas não cediam ao desejo imediato. Elas preferiam esperar e ser mais gratificadas.

De qualquer forma, o ponto aqui não é a espera, mas a necessidade de gratificação imediata. Um traço que todos nós temos. Quando sentimos aquela vontade de comer uma pizza, quando a química do cérebro bate e encavala com o estresse, fica difícil resistir.

E estamos falando da situação que sabemos que é prejudicial. Uma terça-feira de tarde, quando queremos emagrecer, melhorar a alimentação, ter controle sobre nossos ímpetos. Mas sucumbimos à gratificação imediata.

Porque qualquer um dos objetivos citados – reduzir peso, alimentação saudável, etc – exige tempo. E deixar de comer a pizza não vai te deixar feliz logo após. Certamente não te deixará culpado também, mas o grau de satisfação não será o mesmo.

E esse é o principal obstáculo da consistência. Você sabe. Eu sei. Queremos emagrecer. E sabemos que para isso é necessário ir na academia, comer melhor, controlar o peso. Só que vai demorar um tempo. Provavelmente mais de 6 meses.

Mas tente ser racional. Você come pizza duas vezes por semana. Considere reduzir para uma vez. Agora pense na quantidade de calorias que você vai deixar de consumir em um mês. E em seis meses. E em um ano. É muito. Você vai perder bastante. Vai dar certo.

O problema é que tudo isso fica nebuloso quando a pizza aparece na sua frente. “É só uma vez”, você pensa. E, a não ser que você esteja muito focado, vai ser difícil trocar essa recompensa imediata por 12 meses de dedicação.

Horizonte (quase) claro

Horizonte (quase) claro

A analogia com comida é interessante porque se aplica muito à nossa realidade de negócios, principalmente quando falamos de um cargo com alto grau de autonomia e decisão. Aqui a pizza são os ganhos fáceis, os produtos rápidos de vender, as concessões aos clientes que pagam muito, as entregas que você faz para o mercado mas que não geram valor.

Já o emagrecimento é o que interessa. Crescimento, lucro, equipe satisfeita, reputação de mercado. É o que queremos para a nossa empresa, para a nossa agência. É o que leva tempo.

E não é necessário ir muito longe para encontrar as semelhanças. Diariamente somos bombardeados por demandas que se apresentam como gratificação imediata. As urgências.

Focar naquilo que irá limpar nosso calendário e parecer que resolvemos tudo, nos tornar livres do problema e deixar o cliente satisfeito. Só que amanhã é a mesma coisa. Mais incêndios, mais demandas. E você come essas pizzas de novo. Dia após dia, entrando em uma bola de neve.

Mas como resolver, afinal? É inegável a gravidade desse tipo de situação dentro de uma agência de marketing digital ou dentro de uma empresa. No âmbito pessoal a coisa é mais simples. É você e só você. Basta um pouco de dedicação. As variáveis são mais palatáveis e controláveis.

Mas e no ambiente corporativo? Tem chefe, cliente, movimento de mercado, problemas de produto, problemas de logística, problemas com pessoas. Como evitar as tentações de focar no imediato? De só apagar incêndios? De só comer pizza?

Esse é um dos pontos que irão diferenciar os que chegam lá daqueles que fracassam. O horizonte. A visão. Antes de qualquer coisa, antes de pensar em como ou quando, pense no quê. Aonde você quer chegar? Qual o objetivo? Qual o resultado esperado? Qual o seu horizonte? Qual a montanha que deve ser escalada?

Não é necessário se preocupar se é possível escalar, se você consegue chegar lá. Não é esse o ponto. A questão é saber onde você vai estar indo. Ter um horizonte claro. Tenha certeza, é isso que fez todas as pessoas e empresas que citamos ir até o topo.

Pense em Steve Jobs. Ele sabia o que queria desde o começo. Queria criar um sistema fechado que atendesse ao usuário. Queria criar a melhor experiência de uso possível. Ele trabalhou, batalhou e fez isso de diversas formas possíveis. E fracassou, e errou e precisou se levantar de novo durante a escalada. Mas ele não perdeu o topo de vista.

Claro, o “quase” aqui vem porque não existem certezas na vida. O seu horizonte nem sempre é cristalino. Muitas vezes é importante fazer correções na rota, mudar o caminho, mudar a estratégia. Mas existe uma diferença entre mudar a rota e mudar o objetivo. Se você muda de objetivo todo dia, toda semana, todo ano, você não chega em lugar nenhum.

Então definir o horizonte é necessário. É o que fizemos aqui. E claro, tivemos de pagar um preço por isso.

Abraçando a renúncia

Abraçando a renúncia

Talvez tão grave quanto a gratificação imediata, existe o problema da renúncia. Porque nos tempos de hoje, como você sabe, as opções são ilimitadas. Múltiplos canais de televisão, dispositivos diversos, possibilidade de virar sócio com qualquer pessoa do mundo, potencial de levantar dinheiro em qualquer lugar, pulverização de mercados, você pode escolher.

São muitas escolhas. E nenhuma delas te garante nada. Duas pessoas diferentes atacando o mesmo mercado podem ter resultados diferentes. Mesmo com capital similar, com experiências parecidas, com equipe do mesmo nível.

Mas você precisa escolher. Isso não é opcional. Precisa definir o foco da sua empresa, da sua agência. É necessário definir o horizonte. E junto com essa definição, estabelecer como, quando e porquê. Limitar a sua atuação, o seu foco, o seu direcionamento.

E aí vem o problema da renúncia. Se você define um foco para sua agência, por exemplo, “vamos focar em SEO”, e mais, “vamos ser líderes reconhecidos em SEO”, você sabe o que isso significa. Se aprofundar no tema, capacitar equipe, viver esse assunto todos os dias.

Ou seja, outros temas, email-marketing, automação, redes sociais, etc, irão perder espaço. Você fez uma escolha. Precisa se comprometer com ela.

“Mas estou perdendo oportunidades”, você vai pensar. Sim, está. E aí vem a renúncia. Não existem escolhas sem renúncias. Não tem como perseguir dois caminhos ao mesmo tempo. Isso é a receita para o fracasso: tentar equilibrar dois focos com um braço só.

Claro, se você tem dinheiro, capacidade e expertise para fazer os dois, pode tentar sim. Mas não é comum isso ser uma realidade em empresas que estão começando.

Começa por aí. Definir não só o que você vai fazer, mas também o que não vai fazer. E ser consistente e comprometido com isso. Dizer não. Recusar desvios de caminho. Alterar a rota somente se ela estiver de acordo com o objetivo final. Com o resultado.

Esteja certo de que foi isso que quem plantou a bandeirinha no topo fez. Conscientemente ou não.

A tríade da consistência

Feliz ou infelizmente, estamos falando de um tópico abstrato, e não tem como ser diferente. Porque consistência é algo que deve estar imbuído na sua mentalidade, que você deve carregar consigo mesmo. É muito mais uma premissa do que uma prática.

Mas existem alguns princípios que têm nos guiado na busca pela consistência. São pontos igualmente abstratos, mas que valem ser reconsiderados de tempos em tempos, para confirmar se você está reafirmando ou deixando de lado seu comprometimento com a consistência.

Teorizando um pouco, podemos pensar em uma pirâmide de 3 partes, onde a parte de baixo sustenta as duas de cima, e onde caso as duas de cima não estejam claras, é possível usar a de baixo para se manter em pé:

A tríade da consistência

Persistência (a base)

Aqui temos o começo de tudo. Sem a persistência, não tem nem como começar. Mesmo que você ainda não tenha clareza do horizonte ou do caminho, ou de onde quer chegar, persistir é uma premissa básica.

Porque, como falamos, vai levar tempo. E você vai errar muito, e fracassar muito. Então será necessário segurar a barra. E ir contra as intempéries, e lutar sempre. Se você se manter de pé, será possível vencer.

Visão (o meio)

Tendo a gana de continuar resolvida, a persistência colocada na mesa, agora é necessário olhar para a frente. Estabelecer onde você quer chegar. Porque, se você só tem a persistência, você vira um cachorro perseguindo carros. Dedicado, raivoso, ágil, mas sem clareza do futuro. O que fazer ao pegar o carro?

Então é importante ter visão. Olhar para o horizonte. E, acima de tudo, manter essa visão. Não mudar ela só porque a situação ficou difícil. Usar a persistência a seu favor.

Foco (o topo)

Então você já se comprometeu em ser dedicado, a persistir. E também estabeleceu o topo da montanha a ser alcançado. Agora basta manter o foco, o direcionamento. Criar compromisso em todas as suas rotinas diárias com seu objetivo. E dizer não, e manter o caminho. Ser focado.

A verdade é que, mesmo seguindo a tríade da consistência, as duas parte de cima irão rachar, e sentir o peso do tempo. Até porque existem variáveis externas que irão comprometer a visão e o foco. Não tem problema. Faz parte. E não devemos nos desesperar por isso.

Mas a base não pode falhar. Persistir é tudo. Manter a dedicação é tudo. O sucesso começa por aí. O caminho você vai trilhar. Como nós estamos trilhando. E cada caminho é de um jeito. Mas tenha certeza, se você seguir essa tríade, e manter a base firme, a coisa fica mais clara e mais simples.

A chave para o sucesso

A chave para o sucesso

Se você leu até aqui, acredito que entendeu que não existem respostas prontas. Que nem aqui, nem em lugar nenhum é possível descobrir como subir a montanha, o roteiro do sucesso, o mapa para atingir o horizonte.

Isso não existe. Porque cada montanha é diferente. Cada horizonte tem suas particularidades. Nós vivenciamos isso. Então você – assim como nós – terá de construir a sua história, viver seus erros, celebrar suas conquistas.

Mas existe sim, um princípio básico para ter sucesso. O princípio que mantém a tríade, a pirâmide que citamos em pé. É a argamassa. É o que alimenta a base, que é a consistência. E esse princípio na verdade é um mantra: não desista.

Uma analogia simples: a sua caminhada é um oceano. Enorme, com tubarões, com ondas, com ventos. E o seu objetivo é a praia. É onde você quer chegar. E o que você faz, todos os dias, é nadar em direção a ela.

Mas existem dias – e são muitos – onde você não enxerga a praia. A neblina deixa ela escondida. E as suas pernas e braços, já cansados e doendo como em todos os dias, pesam ainda mais. E o que acontece? Você quer parar. Porque não parece que faz mais sentido. Você não vê mais o objetivo, e chegar lá parece impossível.

Só que parar não é uma opção. Se você fizer isso, você vai afundar, e vai morrer afogado. Então é necessário continuar nadando. Não desistir jamais. Claro, podemos reduzir o ritmo, parar para descansar um pouco, mas nunca desistir. Nunca se entregar.

Essa é a chave para o sucesso. É a única diferença visível entre alguém que chegou na praia e outro que não chegou. Será que o Steve Jobs era o mais inteligente da sua geração? Será que o Pelé era a criança que jogava mais futebol no seu bairro? Será que ninguém teve a mesma idéia que o Jeff Bezos?

Provavelmente houveram outros. Muitos outros. Mas eles desistiram. Pararam de nadar. E afundaram.

Esse aprendizado nós tivemos. E ainda vivemos ele. Porque ele é crucial. Sem consistência, sem dedicação, sem comprometimento, não há resultados. Olhemos para o longo prazo, nos esquivemos da tentação de desistir, continuemos nadando. A praia está lá. E ela nos espera. Só depende de nós.

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E você? Tem conseguido manter o olho na bola e ser consistente?

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